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STRAY GODS

Na década de 70, Albuquerque Mendes realizou um conjunto de ações simbólicas no espaço público, marcadas por uma forte crítica aos costumes beatos da cultura portuguesa. Estes “rituais” ou procissões anti-clericais, que ocorreram em algumas cidades do norte do país (Coimbra, Porto, Póvoa de Varzim, etc), inscreveram uma ideia de vivência coletiva e catártica, no contexto geral de transição política da época.

 

Partindo do registo de um dos rituais de Albuquerque Mendes (III Encontros Internacionais de Arte em Portugal, Póvoa de Varzim, 1976), realizado pela fotógrafa Ursula Zangger, a exposição “Stray Gods” propõe uma seleção de trabalhos onde imagens estabelecem “solidariedades” entre si, num contexto de tensões com o religioso, a crença, a angústia, a existência. “Stray Gods” interroga a religiosidade no fenómeno artístico, após uma suposta morte de Deus… sendo possível, no entanto, discernir “grutas em que se mostrará a sua sombra” (Nietzsche).

 

Marta Mestre e Gonçalo Pena

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