Nelson Leirner

Nelson Leirner

Biografia

Nelson Leirner (São Paulo, 1932 –  Rio de Janeiro, 2020), nasceu em São Paulo e é um artista “intermedia” sendo descrito como um dos nomes mais influentes da arte contemporânea brasileira. De 1947 a 1952, morou nos Estados Unidos, onde estudou engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, em Massachusetts, saindo antes da conclusão. De volta ao Brasil, estudou pintura com Joan Ponç (1927 – 1984), em 1956, e frequentou brevemente o Atelier-Abstração, da Flexor (1907 – 1971), em 1958. Em 1966, fundou o Grupo Rex, juntamente com Wesley Duke Lee (1931), Geraldo de Barros (1923 – 1998), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945) e Frederico Nasser (1945). Em 1967, realizou o evento Exposição-Não-Exposição, acontecimento que marcou o fim do grupo, no qual ofereceu gratuitamente as suas obras ao público.

 

No mesmo ano, enviou um porco empalhado ao 4º Salão de Arte Moderna de Brasília onde questionou publicamente, recorrendo ao Jornal da Tarde, os padrões de julgamento que levaram o júri a aceitar a obra. O artista produziu os seus primeiros múltiplos, com tela e fecho éclair montados em grade, tendo sido também um dos primeiros artistas a usar o outdoor enquanto suporte para obras de arte. Por motivos políticos, encerrou a sala especial a ele dedicada na 10ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1969, e recusou um convite para a edição de 1971. Na década de 1970, cria alegorias da cena política contemporânea numa série de desenhos e gravuras. Em 1974, expôs a série A Rebelião dos Animais, com obras nas quais faz duras críticas ao regime militar e pelas quais foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA, como melhor proposta do ano. Em 1975, a APCA encomendou-lhe uma obra para ser entregue como prémio aos destinatários, mas foi rejeitada por ter sido feita em Xerox, levando a que os artistas faltassem à cerimónia como forma de protesto.

 

Entre 1977 e 1997, deu aulas na Fundação Armando Álvares Penteado – Faap, em São Paulo, onde teve um papel significativo na formação de várias gerações de artistas. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1997, orientando o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV/Parque Lage, até ao ano seguinte.

 

É autor de uma obra multifacetada, mesmo polimórfica: desenhos, objetos, múltiplos, carimbos, outdoors, performances e happenings, que, em nenhuma das suas facetas, perde densidade crítica. O seu trabalho caracteriza-se pelo recurso a obras canónicas da história da arte bem como ao imaginário da cultura pop .
A sua obra já foi também exposta no Los Angeles County Museum of Art (LACMA), no Museu de Arte Moderna de Sao Paulo (MAM), no Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), no Museum of Contemporary Art Chicago e no Centre Pompidou – Musée National d’Art Moderne em Paris.
Encontra-se representado a nível nacional e internacional em importantes coleções públicas:
Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil
Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, São Paulo, Brasil
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Brasil
Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, Brasil
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil
Banco Itaú S.A., São Paulo, Brasil
Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina
Museum of Latin American Art, Long Beach, EUA
Santa Barbara Museum of Art, Santa Barbara, EUA
La Maison Rouge, Paris, França
Coleção João Satamini, Rio de Janeiro, Brasil
Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil
Coleção Daros Latin America, Zurique, Suíça
Colección Patrícia Phelps de Cisneros, Caracas, Venezuela
Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, EUA
Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Portugal
Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Minas Gerais, Brasil

Exposições na galeria

“Ponto de Partida”, Exposição individual, Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2019

“Uma vida sem tempo”, Exposição individual, Galeria Graça Brandão, 2006