“Constelações Afetivas” 10 Anos da Galeria em Lisboa

Exposição coletiva com: Albano Afonso, Albuquerque Mendes, Ana Vieira, Efrain Almeida, Gonçalo Pena, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, João Marçal, Lygia Pape, Michael de Brito, Miguel Soares, Nelson Leirner, Nuno Ramalho, Nuno Sousa Vieira, Paulo Lisboa, Sandra Cinto, Tiago Alexandre.

No dia 25 de Maio, dia da abertura  da ARCO/Lisboa, cumprem-se dez anos da inauguração  da Galeria Graça Brandão em Lisboa.

Deixei o Porto na ressaca da Capital da Cultura, altura em que a cidade, que tinha sido em 2001 o centro e a esperança de tudo, se diluía lentamente no ácido de uma política nitidamente pouco interessada na cultura.

Retomo nesta exposição o nome Constelações Afectivas, utilizado pela primeira vez quando inaugurei no Porto, em 1996, a Canvas & Companhia, título esse dado pelo Bernardo Pinto de Almeida ao texto de apresentação das obras de Albuquerque Mendes, Gerardo Burmester e Pedro Tudela, numa altura em que ao afeto não era dado qualquer importância.

Mais tarde, em 2006, o título da exposição inaugural da galeria em Lisboa, foi de novo  Constelações Afectivas retomado então pelo Paulo Reis. O Brasil já era há muito uma das estrelas da minha constelação de afetos com Lygia Pape, Efrain, Albano, Sandra e alguns mais.

Reúno  agora trabalhos de vários artistas que ao longo destes 10 anos apresentei aqui no Bairro Alto, e mais uma vez Constelações Afetivas. Agora sem um “c” como exige o computador.

Muitas águas correram debaixo das pontes do Douro e do Tejo desde então e não me arrependo nada de ter feito a opção de centralizar  a minha vida na capital. Apesar de tudo, volvidos 10 anos, continuo a ser em Lisboa “o gajo que veio do norte” e no Porto “o traidor que foi para Lisboa” .

Tive sempre facilidade em me adaptar aos locais por onde passei e onde trabalhei. O meu sangue celta nunca entrou em conflito com o meu sangue árabe ou judeu. Pelo contrário, a mistura não me tem desagradado, indicando o GPS seja qual for a localização em que me encontre.

José Mário Brandão,

Maio 2016

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